Ivie Less...

Perder-se também é caminho....


Não entendo porque é que sempre que estou a escrever alguma coisa me entram pela cabeça excertos de músicas ou frases que não são minhas. É um ódio carinhoso que eu tenho por mim mesma - ódio porque não quero escrever coisas que não são minhas e porque me corta a linha de raciocínio; carinhoso porque as coisas que surgem são quase sempre de músicas queridas das quais gosto muito e que se as inserisse no meio do texto, tal qual apareceram na minha cabeça, era capaz de dar um efeito engraçado.
Tudo isto porque escrevi o título e logo surgiu às vezes no silêncio da noite...


O que faz de mim a pessoa que eu sou? Gostava de saber. Ou melhor, gostava de saber como eu sou, quem eu sou.
Sempre me fechei muito. Normalmente as pessoas sabem tudo da minha vida - talvez porque eu faça questão que isso aconteça, mas acho que não sabem exactamente o que vai dentro de mim. (all your friends think you're satisfied, but they can't see your soul, no no no) E o que é certo é que nem sempre o que se passa na minha vida corresponde ao que vai dentro de mim. Às vezes estou num daqueles momentos em que tudo me corre bem e o que me apetece fazer é fechar-me no quarto e ouvir a minha música e ler os meus livros e imaginar-me daqui a 20 anos a fazer algo que vou gostar muito mas que ainda não tive oportunidade de descobrir o que é. De certeza que isto acontece a toda a gente, mas hoje estou bastante egocêntrica logo, deixem-me falar como se só eu tivesse problemas, ok? Obrigada.

Adoro passar um dia sem falar com ninguém. Adorava, é mais correcto dizer, porque é praticamente impossível de o fazer. Parece que nesta casa é impensável ou quase ofensivo tentar passar um dia sem falar com ninguém, sem olhar para ninguém, estar apenas absorta nos meus pensamentos, nas minhas paranóias, a ouvir-me a falar comigo, com as outras pessoas. Mas não dá. Porque estou a ser rude, antipática, estou maldisposta e nunca estou satisfeita com o que tenho. Mas não é isso, e ninguém compreende esta minha vontade, não de me isolar do mundo, mas isolar-me NO meu mundo. Que é tão grande e tem tanto para ver.

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