Existem borboletas que vivem sem trégua, elas adoram se ferir.
São asas suicidas que chegam a se fingir de mortas para não enfrentaro pássaro assassino, o grande predador. Elas quase sabem que a vida é cheia de pássaros assassinos, que os predadores estão por toda a parte, mas só conseguem fechar os olhos numa permanente guerra interior. Preferem beber do própio veneno, rasgar as asas nos espinhos, voar excitadas pela dor.
É que viver para elas é muito parecido com morrer.
Aparentemente são iguais às outras borboletas. Têm um perfume para chamar atenção e um pó colorido no corpo que vai marcando o caminho da viagem. Algumas só se movem com o crepúsculo na hora em que o sol se esconde no horizonte e a luz é um declíneo de tons. A maoir parte do tempo, a existência delas é quase invisível aos olhos, só aparecem para o mundo quando querem se matar. E o líquido grosso e transparente que elas expelem pelo abdome é uma tristeza anônima, aguda e incolor.
Ivie Less. . . . .
Estranho seria se eu naum me apaixonasse por você....
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